segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Análise do livro "As cidades e as Serras" - Eça de Queirós

Tormes, Portugal!

É pra glorificar de pé! Finalmente consegui terminar a lista de livros gênero romance, agora só falta o de poesias, que acho que não vou conseguir ler... Enfim, nas próximas semanas tentarei colocar aqui a análise dos demais livros, queridos fantasminhas :)
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Publicado um ano depois de sua morte, "A Cidade e as Serras" trata do dilema campo x cidade e é como um reconciliação do autor com Portugal, já que sempre foi muito irônico e crítico em relação ao seu país natal. É classificada como uma obra realista ou naturalista. Ambientado na cidade de Paris em plena Revolução Industrial (séc XIX), mostra a vida ilusória nas grandes cidades, o que nos faz pensar e certamente pode ser adaptado para os dias atuais.
Foco narrativo: Primeira pessoa singular (Zé Fernandes conta a história de seu ponto de vista)
Tempo: Cronológico, século XIX
Espaço: Os principais são Tormes, em Portugal e Paris, França.

Personagens

É uma narrativa repleta deles, mas ressaltarei apenas os de mais relevância:

Jacinto: A narrativa é quase que totalmente voltada à ele. Bonito, inteligente, rico e culto, é como um "playboyzinho" dos dias atuais (tirando a parte do culto, porque né rs). Chamado pelos amigos de "Príncipe da Grã Ventura porque nada de ruim acontece com ele. Vive na sociedade urbana desde seu nascimento e defende o Positivismo (razão e progresso tecnológico acima de todas as coisas)
Zé Fernandes: O narrador. Nasceu em Portugal e tinha propriedade em um local próximo a de Jacinto. Melhor amigo do personagem principal, exalta muito seus amigos e deixa na maior parte do tempo seus sentimentos para segundo plano.
Grilo: Criado de Jacinto, que convivera com ele desde pequeno. Sempre soltava umas boas frases (do tipo: " Jacinto sofre de fartura, senhor Zé Fernandes") e não gostou muito da experiência de viver em conjunto com a natureza.
Silvério: Administrador da propriedade de Jacinto
Joaninha: Prima de Zé Fernandes e esposa de Jacinto. No começo é descrita como uma lavradora feia por Jacinto quando viu uma antiga fotografia dela, mas depois vira uma formosa dama.
D. Galião: Avô de Jacinto e fanático por D. Miguel, é dele que sai a decisão de mudar-se para a  França.
Terezinha e Jacinto: Filhos do casal

Narrativa

         A história é focada basicamente em Jacinto, e contada pelo seu amigo de infância, o flopado Zé Fernandes. Jacinto faz parte de uma tradicional família portuguesa que migrou com muitas dificuldades (no quesito de tragédias naturais) para Paris. Criado em berço de ouro, Jacinto sempre esteve acostumado ao luxo e à cultura e era fascinado por tecnologia. Zé Fernandes era de longe seu melhor amigo e descreve Jacinto com um "Príncipe": Bonito, sortudo, de bom gosto, rico... ele nunca teve dificuldades para conseguir algo. Amava a cidade onde morava e se sentia superior e civilizado.
           Um dia, Zé Fernandes precisou voltar para Portugal a fim de administrar a fazenda da família. Eles acabam perdendo o contato, e cinco anos depois, Zé Fernandes volta para a célebre casa de Jacinto, localizada na Campos Elísios, 202. Ele vê um Jacinto completamente maníaco por tecnologia e conhecimento: a casa era equipada com todo tipo de inovação tecnológica existente na época (equipamentos por muitos desnecessários, como selador de cartas, etc) e havia na residência, espalhados pelos cômodos, mais de 30 mil livros, a maioria Jacinto sequer leu. Resumindo, ele levava uma vida extremamente urbana, onde tudo era artificial demais.
            Aos poucos, Jacinto entra em uma crise existencial, já que aquilo tudo não o satisfaz; Paralelamente Zé Fernandes tem uma aventura amorosa com uma cocotte (prostituita haushuahsuah) de Paris, e quando ela o deixa ele fica com o coração partido, algo que supera rapidamente, não destacando tanta importância para o acontecimento. É de se destacar que Zé Fernandes era meio que puxa saco de Jacinto, já que só o exaltava.
             Passado um tempo no puro tédio e melancolia, Jacinto recebe uma carta de Silvério relatando que uma tempestade destruíra uma Igrejinha que ficava em sua propriedade rural em Tormes, Portugal, expondo os restos mortais de seus parentes. Jacinto orienta a reconstrução da Igreja e resolve presenciar a cerimônia de translado dos corpos de seus antigos ancestrais. Zé Fernandes avisa que a casa da propriedade não fornece conforto da maneira que ele está acostumado; logo Jacinto manda instruções para que a casa seja reformada e manda mobílias, livros e tudo que acha necessário (como um fascinado pela tecnologia, creio que muitas!) para a casa de Tormes.
               A data de partida para o campo se aproxima e Jacinto demonstra insegurança, mas acaba indo. Com 23 malas e criados, ele parte para uma viagem de trem juntamente com Zé Fernandes. Á partir daí ocorre uma série de imprevistos e os dois se veem na estação de Tormes, sem dinheiro, sem criado, somente com a roupa do corpo. E quando conseguem chegar a propriedade, percebem com perplexidade que nenhuma das série de reformas que Jacinto mandara fazer tinha sido iniciada (Silvério ausentou-se para auxiliar a mãe doente, logo não recebeu as cartas) e as inúmeras remessas que mandou não haviam chegado (mais tarde descobriu-se que foi enviado para Tormes, na Espanha). Jacinto fica muito frustrado e anuncia que irá para Lisboa, esperará a cerimônia de translado e voltará para a casa, mas aos poucos vai mudando de ideia. O primeiro real contato com a natureza, com gente simples e com a comida faz com que ele mude sua maneira de viver, como descreve o espantado Zé Fernandes.
               Depois da fase de deslumbramento, Jacinto começa a ter uma série de ideias mirabolantes para aplicar em sua propriedade, para o desespero de Silvério; Zé Fernandes teme que seu amigo transforme Tormes em uma cidade civilizada. Além destas ideias, Jacinto começa a praticar atos de solidariedade com seus "empregados": Reforma as casas miseráveis, cuida da saúde deles, ordena que seja fornecida uma alimentação melhor. Isto faz com que consiga a admiração de muitos, que acreditavam que ele era um enviado do sumido D. Sebastião.
              Quando Jacinto conhece a prima de Zé Fernandes, Joaninha, o impacto é imediato e algum tempo depois eles se casam. Tormes é ligada à civilização por linhas de telefone implantadas por ele. Feliz com sua mulher e seus dois filhos, Jacinto pensa em voltar para visitar Paris um dia, algo que nunca sai dos planos. Zé Fernandes resolve voltar por uma temporada e constata que a sociedade urbana é uma ilusão, e não consegue se adaptar ao lugar. Um pouco depois acaba voltando para o lado de sua prima e seu amigo.

Bom é isso! Peço desculpas por algum eventual erro gramatical, estou com pressa pra terminar os outros resumos e tenho matéria acumulada até a ******. 


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