Experiências antes da conquista, resistência e acomodações à colonização
Antes de começarmos a falar do Brasil, vamos falar da relação com os primeiros colonos da América. Esse contato foi feito pelos espanhóis. No começo foi feito uma espécie de repartimento, onde alguns espanhóis deveriam cuidar de certo número de índios e conduzi-los à fé cristã e em troca poderia utilizar sua mão-de-obra. Em 1500 a coroa espanhola declarou a liberdade dos índios, mas determinou que eles podiam ser conquistados através das guerras justas. Foi aí que a população indígena começou a ser dizimada, muitas vezes com a ajuda de seus semelhantes, porém inimigos de tribo, e os colonizadores se aproveitaram desta situação. Embora os indígenas fossem em maior número, os colonizadores tinham a vantagem de ter um sistema de guerra mais sofisticado, que foi o que decidiu a vitória deles.
No Brasil
O primeiro contato foi onde hoje é a cidade de Belém, foi bem amistoso. Os indios tratavam os colonizadores com pacificidade. Mas a situação mudou quando os brancos começaram a maltratar os índios: Eles se rebelaram e ocorreram sangrentos confrontos, como no caso dos tupinambás e os tapajós.
Houveram inúmeros confrontos, inicialmente no litoral leste e sudeste. Os colonizadores tomavam as terras para a implantação de lavouras e escravizavam os índios que resistiam a guerra. Ah, e não era só disso que a maioria morria: eles também morriam de doenças trazidas pelos brancos, como a varíola e doenças de índios de outras tribos, quando eram colocados juntos para serem catequizados, o que veremos à frente.
No começo da colonização, onde precisava-se de mão de obra para as lavouras de açúcar, o governo oscilou na defesa de dois lados: o agrário, que queria que os índios fossem usados como mão-de-obra escrava; e os do missionários, que pregavam que se eles fossem convertidos ao cristianismo, eles poderiam viver como "civilizados".
Em um regimento durante o período colonial, o governo afirmou que os índios eram a principal população do Brasil e que os colonos deviam tratá-los bem, exceto quando agissem como inimigos (similar a ação espanhola, não?). Em 1758, há um grande retrocesso: outro regimento declara a liberdade dos índios, e retirava o poder dos missionários sobre eles. Aí começou a verdadeira caça aos índios.
Bandeirantes iam para o sul, sudoeste, não em procura de pedras preciosas, mas sim de índios, que eram tão valiosos quanto, por servirem de mão-de-obra escrava. Como no caso da colonização espanhola, tribos inimigas ajudavam a localização da outra. Mas o impressionante é a forte resistência que os índios mostravam: quando em grande número, executavam estratégias militares e eram uma "dor de cabeça" para os portugueses. Quando capturados eles fugiam, se matavam, criavam resistência juntamente com os negros...
Quando eram escravizados, encontravam um cenário de mais violência ainda. Sofriam até pela mão dos Missionários por trabalho forçado. Mas sempre faziam pelo menos um pequeno ato rebelde, como roubar senhores e vizinhos, invadir propriedades, fugir, negociar mercadorias (o que prejudicou o trabalho dos mascates).
Muitos indígenas organizavam revoltas, que nem sempre eram bem sucedidas. Uma que deu certo foi a fuga coletiva e a reconstrução da aldeia em lugares distantes dos colonizadores. Uma revolta que também deu repercussão foi em São Paulo, onde aniquilaram seus opressores e queimaram as plantações.
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Na minha opinião, os indígenas foram uns dos povos mais oprimidos do Brasil (não esquecendo dos negros, é claro). Eles viram o horror em uma terra que sempre foi sua, e sofreram de doenças, violência, abuso sexual e assassinatos, mas nunca se calaram. Ainda hoje, o povo remanescente sofre com a tomada de suas terras, a lenta morte de sua cultura. É mais uma incrível resistência a ser adicionada à história mundial.
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